DOENÇA DE PEYRONIE : TORTUOSIDADES – “PENIS TORTO”
Sinônimos e nomes populares: induratio pênis; “calo” no pênis.
Doença que se manifesta como uma zona endurecida no corpo cavernoso do pênis correspondendo a uma área fibrótica e por essa razão descrita pelos pacientes como se fosse um “calo” no pênis. Sua causa é desconhecida. Várias etiologias são descritas. Pequenos traumatismos durante o ato sexual são uma possível explicação para o problema. Esses traumatismos seriam seguidos por uma cicatrização errônea em indivíduos geneticamente predispostos. Fatores imunológicos talvez estejam envolvidos, pois em alguns casos, há associação com fibrose retroperitoneal, fibrose palmar ou plantar (doença de Depuytren).
O paciente geralmente detecta a placa peniana, a qual pode estar acompanhada de dor ou curvatura peniana. Uma ou outra prejudica o desempenho sexual do paciente ( razão da consulta médica). A doença é progressiva, regredindo espontaneamente em menos de 10% dos pacientes. A placa pode estar localizada em um pequeno segmento do corpo cavernoso como, também, comprometer várias partes ou todo o corpo cavernoso. A dor que acompanha a Doença de Peyronie ocorre geralmente durante a ereção prejudicando o ato sexual.
Em casos mais avançados, a placa pode originar curvatura peniana impedindo a penetração vaginal. Quando o comprometimento dos corpos cavernosos é extenso, a ereção fica impossível. O diagnóstico é simples, feito através das queixas do paciente e da palpação da placa. Poucas doenças podem ocasionar achados semelhantes aos da Doença de Peyronie. Por exemplo: estenose de uretra, trombose de corpos cavernosos, tumores penianos e fibrose pós-traumática.Como é uma doença de etiologia desconhecida,
o tratamento eficaz também é ignorado. Naqueles casos assintomáticos e sem curvatura peniana, o tratamento conservador (somente observar o paciente) está indicado. Quando existem sinais de progressão da placa, dor ou curvatura mínima pode-se optar por drogas administradas via oral ou injetáveis na placa. Se houver curvatura peniana significativa com impossibilidade de penetração vaginal, o tratamento é cirúrgico . Algumas técnicas fazem a retirada da placa fibrótica e sua substituição por outro tecido normal. Nos casos de curvatura severa ou ausência de ereção, a única solução é a utilização de próteses penianas.
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DST- DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
As principais doenças sexualmente transmissíveis
Doenças | Como é causada | Principais sintomas | Tratamento |
Aids* | Pelo vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana) | Num primeiro momento, o doente pode apresentar febre alta e contínua, diarréias prolongadas, emagrecimento. Mais tarde, surgem infecções oportunistas, aquelas favorecidas pela baixa resistência do organismo, e sarcomas (feridas). | Medicamentos para controle da multiplicação do vírus, das infecções oportunistas e das neoplasias (tumores). |
Condiloma aculminado, crista de galo ou HPV* | Pelo vírus HPV (papiloma vírus humano) | Verrugas que aparecem na vegina, no ânus, na uretra, no pênis e até na garganta, em decorrência do sexo oral. O homem costuma ser assintomático ou tem lesões visíveis a olho nu. | Retirada química ou cirúrgica das verrugas. Isso não significa que o vírus também se foi. |
Gonorréia** | Pela bactéria gonococo. | Secreção amarelada que sai da uretra e da vagina. Se não tratada, pode causar infecção na próstata, nos testículos e nas trompas. Pode levar à esterilidade. | Com medicamentos via oral. |
Herpes* | Por dois tipos de vírus: o tipo 1, causador do herpes labial (comum na região da boca), e o tipo 2, do herpes genital (comum na região da vagina, ânus e pênis) | Bolinhas doloridas que desaparecem de dois a sete dias. Elas se transformam em feridas que cicatrizam naturalmente. Ressurgem em geral a cada três meses ou em períodos de baixa resistência do corpo. | Medicamentos, pomadas e vacinas para tomar as manifestações menos intensas. Não há cura. |
Sífilis** | Por uma bactéria (espiroqueta) | Uma ferida indolor (cancro duro)de 1cm a 2cm de diâmetro surge nos genitais. Ela desaparece em após um mês. Dez dias depois, surgem caroços na virilha, que também desaparecem. No mês seguinte, a pessoa apresenta manchas avermelhada na pele, como uma alergia. Se a doença não for tratada, a bactéria pode atingir o coração, os vasos sanguíneos e o sistema nervoso. Em casos extremos, provoca paralisia, cegueira e até morte. | antibióticos |
*Doenças transmitidas não apenas pelo sexo.
** doenças transmitidas só pelo contato sexual.
O uso de camisinha em todos os tipos de sexo é fundamental.
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BALANITE / BALANOPOSTITE
Balanite é a inflamação da mucosa que reveste a glande (cabeça do pênis) associada ou não a uma infecção, que ocorre especialmente em homens portadores de fimose. Quando essa inflamação afeta simultaneamente a glande e a face interna do prepúcio (pele que recobre a glande), a enfermidade recebe o nome de balanopostite.
Nos dois casos, a doença está principalmente relacionada com o estreitamento do prepúcio, o que pode impossibilitar a limpeza adequada da glande e favorecer a manifestação de infecções locais e urinárias que acabam agravando o quadro.
São considerados fatores de risco para a doença o diabetes tipo 2 em virtude da maior concentração de açúcar na urina, a obesidade, a baixa de imunidade e o uso de antibióticos de amplo espectro.
A ausência de hábitos regulares de higiene dos genitais costuma ser a causa mais frequente das duas doenças. A falta de asseio favorece a formação de esmegma, uma secreção branca composta pela descamação de células mortas da pele, óleos e gorduras produzidas pelas glândulas do pênis e infectada por micro-organismos (fungos, vírus e bactérias), que se acumulam sob o prepúcio.
A inflamação característica da balanite e da balanopostite pode ser causada também pelo contato com substâncias irritantes presentes nos produtos de higiene (sabonetes, cremes) e farmacêuticos (pomadas, espermicidas, medicamentos) ou pelo contato direto com alguns tipos de tecido, que provocam irritação e alergias.
Da mesma forma, candidíase e doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, herpes simples, sífilis primária e secundária são condições associadas ao aparecimento dessas enfermidades.
Há casos, porém, em que não se consegue determinar o que causou a inflamação.
Sintomas
Os principais sintomas são dor, irritação, calor local, coceira, descamação da mucosa e, conforme o caso, secreção purulenta e cheiro desagradável debaixo do prepúcio.
A glande fica avermelhada e podem surgir pequenas lesões ulcerativas em sua superfície, além de edema (inchaço) que agrava o estreitamento do canal urinário. Outro sinal da doença é o intumescimento dos gânglios inguinais.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta os sintomas e a aparência das lesões. Entretanto pode ser necessário recorrer a exames laboratoriais a fim de determinar o agente causador da infecção para direcionar o tratamento. A biopsia é um exame importante nos casos em que há suspeita de uma complicação maligna.
Prevenção
A higiene cuidadosa da glande e de toda a área genital é medida indispensável na prevenção tanto da balanite quanto da balanopostite. Retrair o prepúcio antes de urinar e enxugá-lo depois com papel higiênico, assim como lavar as mãos antes e depois de urinar são hábitos que devem ser adotados no dia a dia como forma de evitar a infecção.
A cirurgia de fimose para a retirada do prepúcio, quando indicada, parece ser um método eficaz para proteger contra as duas doenças.
Tratamento
O tratamento indicado para balanite/balanopostite é diretamente determinado pela identificação do agente causador das doenças.
A cirurgia de fimose é solução, quando o estreitamento do prepúcio impede a exposição da glande e, consequentemente, a higiene adequada do local, o que facilita a ocorrência de complicações.
Nos quadros infecciosos, só depois de identificar o germe que causou a infecção é que se consegue definir a medicação eficaz (antibióticos, antifúngicos ou antimicóticos) para combatê-lo. Em tais situações, a indicação deve estender-se ao/à parceiro/a para evitar a reinfecção.
Se o problema estiver associado ao contato com substâncias irritantes, é preciso identificá-las e suspender seu uso. Em alguns desses casos, pode ser necessário prescrever medicação antialérgica.
Recomendações
* Aproveite a hora do banho para caprichar na higiene de pênis. Retraia todo o prepúcio para poder lavar completamente a glande e retirar todos os sinais de esmegma. A falta de asseio nessa região pode ser responsável pelo desenvolvimento do câncer de pênis;
* Não deixe se usar preservativo nas relações sexuais;
* Lave cuidadosamente o pênis depois do ato sexual;
* Previna as reações alérgicas, evitando roupas íntimas fabricadas com tecido sintético;
* Não use roupas íntimas muito justas nem permaneça com sungas molhadas durante muito tempo;
* Procure um urologista sem demora se a pele do prepúcio, uma vez retraída, não retornar à posição natural de repouso depois do ato sexual.