A vasectomia é um método contraceptivo quase 100% eficaz.
O procedimento será realizado como uma cirurgia ambulatorial, sem necessidade de internação, e há apenas um pequeno risco de efeitos secundários e complicações.
A vasectomia pode custar menos para sua família do que a alternativa de esterilização ou controle de natalidade feminina. Você não terá que se preocupar com métodos contraceptivos (preservativos, por exemplo) antes de ter uma relação sexual.
O procedimento, que leva de 20 a 30 minutos, consiste em anestesiar a área, fazer uma incisão no saco escrotal, localizar e cortar o canal deferente, por onde passam os espermatozoides, selar o canal, costurar o corte, curativo e, então, repetir o procedimento no outro lado.
Na consulta médica urológica, saiba como é realizada a vasectomia, detalhes e tire as suas dúvidas.
Dúvidas do procedimento vasectomia:
Definitivamente NÃO, pois não há razão orgânica para isto. O procedimento da vasectomia consiste na interrupção de um canal (“Canal” ou “Vaso Deferente”) na bolsa escrotal, muito longe, do ponto de vista anatômico, dos nervos e artérias que são utilizados na ereção. Não existe possibilidade de ocorrer qualquer tipo de acidente. O pênis e os testículos não estão envolvidos no procedimento. Pela mesma razão, não há interferência no prazer sexual (orgasmo) e na resposta sexual como um todo. Inversamente, alguns pacientes apontam melhora do prazer sexual pela eliminação do medo de uma gravidez indesejada ou então pela eliminação do uso do preservativo.
Não, porque quando se faz a vasectomia apenas o canal deferente é interrompido, impedindo a eliminação dos espermatozoides, que corresponde apenas de 1 a 2% do volume do esperma. O líquido seminal (98%) continua saindo normalmente e esta diferença não é perceptível.
Não, a testosterona, hormônio produzido no testículo, entra na circulação sanguínea (por onde vai ser distribuído a todo o organismo) através das veias dos testículos que não são interrompidas no procedimento de vasectomia.
A anestesia é local, o que significa a introdução de um anestésico líquido sob a pele utilizando uma agulha muito delicada e muito fina. Invariavelmente, é relatado pelos pacientes apenas uma pequena ardência no local. Durante o procedimento, após a realização da anestesia, não existe nenhum tipo de dor. Após o procedimento, geralmente toma-se algum tipo de analgésico. O mais comum é o comentário da percepção de que “foi mexido”, mas que não chega a configurar dor.
As relações estão liberadas em torno de 7 dias, lembrando-se sempre de usar algum método que evite a gravidez (“camisinha”, pílula ou outros) até fazer o exame de esperma para confirmar que não há mais espermatozoides no ejaculado.
Em torno de 30 dias ou após um mínimo de 15 ejaculações geralmente desaparecem todos os espermatozoides do sêmen, pois mesmo após o procedimento, uma certa quantidade que já estava armazenada, ou seja, já tinha passado pelo ponto da interrupção, é progressivamente eliminada (porém, devido à vasectomia, não ocorre mais a reposição). Isto acontece em torno de 15 ejaculações no prazo de um mês.
Sim. Tecnicamente, hoje se consegue recanalizar o Vaso Deferente com o uso de instrumentos que aumentam a imagem, porém, muitas vezes, mesmo com o retorno do espermatozoide ao sêmen vê-se uma maior dificuldade de se obter a gravidez.
É o método mais seguro e cômodo porque independe de participação ativa dos parceiros para evitar a gravidez, como por exemplo, lembrar-se de tomar anticoncepcional praticamente todos os dias; ter que “vestir” o preservativo ou diafragma; ter os cuidados que o DIU exige, inclusive com reavaliações periódicas; etc.. A segurança da efetividade do método é, inclusive, sempre confirmada com a realização do exame de esperma após, aproximadamente, 30 dias após a vasectomia. No procedimento, utiliza-se 4 manobras clássicas para definitivamente interromper o canal sem o risco de haver uma recanalização espontânea: São elas: I. corte do canal; II. AMARRAR com fio NÃO ABSORVÍVEL ; III. Cauterização dos dois cotos para causar a formação de um tecido cicatricial com a finalidade de obstruir ambas as extremidades dos cotos.
Os espermatozoides já formados vão sendo destruídos e absorvidos pelo organismo e as células germinativas, aquelas que produzem novos espermatozoides diminuem ou até mesmo param de produzir logo que aumenta a pressão dentro do canal que foi obstruído pela vasectomia. Eles poderão existir em uma possível punção no futuro para fertilização in vitro assistida.
São poucas, raras e de pouca repercussão (os números entre parênteses referem-se a um estudo inglês onde foi realizado 6.248 vasectomias e corresponde à porcentagem de complicações. Schmidt,S.S.: Vasectomy by section, luminal fulguration and fascial interposition: results from 6248 cases. British Journal of Urology, 76:373-375,1995) : hematoma no local (0,3%), infecção tratada domiciliarmente (granuloma em 0,9%), epididimite congestiva (4,8%). Não houve casos de infecções de maior gravidade. A epididimite congestiva ocorre pela própria razão de ser da vasectomia, pois, em alguns casos, os espermatozóides que ficam retidos causam esta alteração que é tratada com anti-inflamatório e aplicação de gelo.
Para atividades que não utilizam força física, o retorno pode ser em 48 horas. Para trabalhadores braçais ou para aqueles que praticam esportes, o ideal é aguardar no mínimo 48 horas. Esportes mais agressivos e academia em torno de 15 dias.
Não é necessário retirar os pontos. Eles caem sozinhos. Ou porque os pontos são absorvíveis, ou porque o orifício é tão pequeno que se dispensou a colocação do mesmo.
No dia seguinte já se pode tomar banho de chuveiro. O banho de banheira não é recomendado por 10 dias.
EVITE QUALQUER AUTO MEDICAÇÃO VIA ORAL OU PRODUTOS, CREMES NO PÊNIS, ESCROTO E REGIÃO.
O uso errado de produtos pode ter consequências sérias de lesões, queimaduras e até necrose tecidual. Dr. Celso Marzano